Três dias se passaram e eu estava nervosa com a
Patrícia. Ela não parava de reclamar falando que a Laura estava mexendo demais,
e que estava louca pra que ela nascesse logo. Eu me espantava com as palavras
dela que apenas mostravam que não queria ter a Laura, não queria ter trabalho.
Tudo o que ela falava quando via eu e o Felipe juntos fazendo planos pra nossa
filha, parecia ser ciúmes DELE. Era estranho, mas eu não me sentia bem em estar
com ela falando daquela forma de uma pessoa que eu já amava tanto e queria tão
bem.
- Tô ficando com nojo de você! – falei indo até
a porta e me encostando na mesma.
- Como assim, Giovanna? – Patrícia perguntou me
encarando seriamente.
- Olha a forma que você fala da sua filha!
Parece que ela é um lixo pra você.
- Mas é praticamente isso. Por causa dela eu
engordei, perdi o Felipe, fui quase expulsa de casa e tenho que viver uma vida escondida.
Não vejo a hora dela sair daqui de dentro de mim!
- Sabia que isso tudo faz mal a ela? Se não
queria, não fazia.
- Você acha que eu iria parar de transar com o
Felipe com medo de engravidar? Nunca! Essa garota que foi um erro mesmo.
- Um erro foi você ter nascido! – cuspi as
palavras encarando-a e os olhos dela se encheram de lágrimas. – Você é uma
merda, não sei como eu ainda sou capaz de querer tanto o seu bem!
- Porque você é minha irmã e sempre vai me
amar. – ela falou e uma lágrima rolou pelo seu rosto. Não me comoveu.
- Só toma cuidado... – dei dois tapas fracos no
ombro dela e levantei seu rosto pelo queixo, fazendo-a me encarar. – esse amor
que eu sinto por você, pode se acabar.
Saí do quarto sem dar ouvidos à o que ela
dizia. Quando bati a porta não consegui segurar as lágrimas e comecei a chorar.
Me encostei a parede e me sentei no chão, chorando em silêncio para que ninguém
ouvisse e nem me encontrasse ali naquela situação. Em vão!
- O que houve, Giovanna? Pelo amor de Deus! –
Caio se aproximou de mim e falou. Se agachou ao meu lado e encostou minha
cabeça em seu peitoral. Chorei mais um tanto quando seu corpo tocou o meu e me
sentia um lixo, um nada. Queria mais que tudo que a minha pequena nascesse logo
e viesse para os meus braços para que assim eu pudesse ama-la da forma que ela
merece. Sei que o Felipe também era capaz de dar sua própria vida por sua
filha, mas nunca pensei que iria me desapontar tanto com a Patrícia.
- A Patrícia é uma monstra, Caio! Ela falou que
a Laura é um lixo pra ela. – chorei mais e ele afagou meus cabelos.
- Não fica assim, vai dar tudo certo. Daqui a
pouco tempo a Laurinha vai nascer... lembra que ontem ela fez 7 meses? Faltam
dois, Gi!
- Eu sei Caio, mas é difícil ver ela falando
assim da minha pequena. Como ela consegue ser tão monstra? – perguntei e ele
beijou minha testa e me levantou aos poucos. Abraçou-me pela cintura e desceu
comigo pra sala. Sequei meu rosto e cheguei a sala. Todos (menos o Júnior, que
havia ido pro treino) me olharam e eu sorri de canto.
- O que houve? – Rafaella perguntou vindo até
mim e me abraçando.
- Foi a Patrícia, mas deixa... – falei e me
sentei do lado do Felipe que sem me perguntar nada, me abraçou e afagou meus
cabelos sussurrando “falta pouco” em meu ouvido. Assenti e ele me abraçou um
pouco mais forte.
- Nossa pequena logo vem, fica calma! – Felipe
falou e eu o olhei.
- Que não demore, amor. Que não demore! – falei
e o abracei de novo sentindo a camisa dele ficar molhada pelas minhas lágrimas.
A campainha tocou e Rafaella se apressou em atender.
- Oi maninho! – ela falou e logo a porta se
fechou.
- Oi Rafa! – Júnior respondeu e entrou. –
Treino cansativo hoje! Tô mortão. Pera, o que aconteceu?
- Patrícia falou da Laurinha como se ela fosse
um lixo e isso acabou com a Giovanna. – Caio respondeu.
- Minha pequena, vem cá. – Júnior falou em pé
na minha frente. O olhei e levantei, abraçando-o. Ele e a Rafa já sabiam do que
aconteceu na família e porque eu tenho que assumir a Laura. – Vai ficar tudo
certo. Daqui a pouco a princesa tá aqui pra namorar com o Davi!
- Já quer colocar minha filha pra namorar,
Júnior? – perguntei e ri pelo nariz, apertando mais o nosso abraço e o trazendo
mais pra mim.
- Sim, tenho que agilizar pro meu filhão, né? –
ele falou e eu ri o encarando. Ele me deu um selinho.
- Que lindos! – Rafaela gritou se jogando no
meio de nós dois. Caio ficou de boca aberta e Felipe rindo. Sentei-me no sofá
de volta enquanto Júnior foi lá encima guardar algumas coisas que levou pro
treino. Peguei meu celular e abri o instagram. Tinha 5 vezes mais seguidores
que a uma semana e pouca atrás e várias notificação de likes e comentários na
minha foto. Decidi tirar uma foto e postar, mas acabei usando outra que já
havia tirado a uns dias atrás.
[@] gimartinelli:
“Be alright... ☺”
[@] pattymartinelli:
“...”
[@] _lipecastro:
“Laurinha tá chegando, amor. Fica calma!”
[@] rafaellabeckran:
“Já está tudo certo, minha linda. Tô contigo pra sempre <3”
[@] caiomartinelli:
“Tudo no controle, neguinha!”
[@] njunior11:
“Faltou o sorriso lindo que só você tem, hein? Laurinha tá chegando nega!”
[@] fcneymar:
“Olha o comentário do @njunior11, cara!!!!”
[@] fcqualquer:
“Linda até com cara de doente! Hahahahahaha”
[@] giourdream:
“Independente do que seja, vai ficar tudo certo minha diva!”
- Gente, tem fã clube pra mim no instagram!
Como assim? – perguntei mostrando o comentário.
- Daqui pra frente será assim! – Rafaella falou
e riu. Dei de ombro e continuei lendo os comentários que a cada minuto
apareciam mais.
Quando a noite caiu ficamos na varanda
observando o que se passava no céu e na rua. Conversávamos e jogávamos baralho
enquanto nada mais fazíamos. Patrícia havia ficado trancada dentro do quarto o
dia todo e só saia pra comer e ainda assim quase não olhava pra gente. Eu não
me importava, mas queria que tudo ficasse bem. Deixaria que os dias se
passassem e colocasse cada coisa em seu lugar, mas queria que isso acontecesse
o mais rápido possível. Não aguentaria conviver com esse problema dentro da
minha própria casa.
O tempo esfriou e nós que estávamos de short
decidimos entrar. Aos poucos todos tomaram banho e fomos pra cozinha. Eu e
Rafaella preparamos fizemos bife com fritas, que é minha comida preferida e os
meninos lavaram o que sujamos porque eles são um amor. Ficamos na sala
conversando enquanto os meninos jogavam x-box. Estava uma disputa de dar
nervoso entre o Caíque e o Felipe enquanto o Júnior estava do meu lado
assistindo o jogo e rindo.
- Quero uma foto contigo! – ele falou pegando o
celular no bolso.
- Tuas fãs vão ficar correndo atrás de mim
querendo me matar, Júnior! – falei.
- Foto nada comprometedora. Vem! – ele me
convenceu e tiramos a foto. Ele postou e meu celular logo apitou avisando sobre
a notificação do instagram.
[@] njunior11:
“Agora vem dizer, morena... hahahahahaha @gimartinelli #tamojunto #parceira”
[@] fcneymar:
“COMO ASSIM?”
[@] juninholove:
“A continuação dessa música, hein...”
[@] giourdream:
“ ‘Que você não quer ser mais a minha pequena...’ hahahahahahahaha lindos!!”
[@] rafaellabeckran:
“Me chamar pra tirar foto também pra quê, né? #ciumes”
[@] gilcebola:
“Apresenta as amigas aí...”
[@] gimartinelli:
“Foreverrrr ✌”
[@] userfem:
“Namorada?”
[@] alwayslipe:
“Novinha do @_lipecastro <3”
Parei de ler os comentários rindo e com os
gritos do Caio. Olhei pro Felipe que tava fazendo biquinho e falando que só
perdeu porque deixou. Júnior anunciou que ia jogar e trocou de lugar com o
Felipe que ficou entre eu e a Rafaella.
- Ostentação de chefe, neguin. – Felipe falou
abraçando a mim e a Rafaella.
- Tá com muita de MC Guimé, hein. – falei e a
Rafa riu. O celular dela (Rafaella) tocou e ela se levantou indo pra varanda,
logo voltou se jogando no sofá e sorrindo. – Viu um passarinho rosa, querida?
- Os mino tão vindo pra cá! – ela respondeu e
eu arqueei a sobrancelha. Júnior pausou o jogo e olhou pra ela.
- Gil, Gu, Gui, Jota e Cris! – Rafa falou.
- Tô sabendo que essa aí é a galera da
bagunça... – falei e abaixei a cabeça rindo. Júnior voltou a jogar.
- E é mesmo. – Júnior me respondeu e riu. –
Daqui a pouco eles estão aí.
- Só espero que minha casa sobreviva!
Trinta minutos se passaram e a campainha tocou.
Todos se entreolharam, mas não moveram um músculo pra abrir a porta. Levantei e
caminhei até a porta ignorando a roupa que eu estava, considerada indecente
pelo Júnior, para abrir a porta.
- Oi! – falei assim que abri a porta e dei de
cara com 5 homens.
- Ow! Oi. – Gil falou e me tirou de cima
embaixo. – Tá bem, hein? Ops, digo... tudo bem nem?
Ri e olhei pro chão, voltando a olhar pra ele
logo em seguida. – Tô bem. Hm, como você pediu na foto, nem vai ser preciso o Júnior
me apresentar.
- Como assim? – ele perguntou e sorriu de
canto.
- Muito prazer, Giovanna Martinelli! – o abracei
e dei um beijinho em sua bochecha. Em seguida fiz o mesmo com os outros 4
meninos e dei espaço pra que eles entrassem.
- “Col foi” neguinho! – Gil falou dando um tapa
na cabeça do Júnior. – Gatinha e simpática essa Giovanna, hein?
- Eu tô aqui ainda, tá? – falei em um tom alto
e ri. Sentei-me no sofá e fiquei olhando os meninos e o Júnior conversarem, em
seguida o Gui se sentou ao meu lado.
- Eaí Gio! – Gui falou e eu o encarei sorrindo.
- Gi, por favor. – falei.
- Tudo bom? – ele perguntou .
- Uhun e você?
- Tô bem. Bora marcar com geral pra ir pra
balada?
- Não posso... – falei e fiz biquinho.
- Ah... mas eu tenho quase certeza que eu vi o
teu instagram com foto da tua barriga de grávida e do Felipe. – Gui falou e o
Caio me lançou um olhar desesperado. Rafaella pigarreou. Felipe coçou a cabeça.
- Não vai adiantar esconder já que agora a
gente tá tudo junto. Quem tá grávida do Felipe é a minha irmã, mas ela é a irmã
mais nova e minha mãe não quer um escândalo na família e pediu para que eu
assumisse.
- E ninguém descobriu? – Gil perguntou se
interessando no assunto.
- Não, pois viemos morar aqui em São Paulo.
- E de onde vocês são? – Cris perguntou.
- Rio de Janeiro. – Caio respondeu por mim.
- E aonde tá tua irmã? – Gui perguntou.
- Lá encima. A gente não tá se falando muito
bem... – falei.
- Ah.. e pra quando é? – Jota perguntou.
- A Laura? Pra setembro. – Felipe respondeu por
mim e eu sorri.
- Já fez sete meses? – perguntou de novo.
- Sim, ontem. – falei e sorri. – Falta pouco!
- Bem pouco mesmo, mas eaí, bora pedir uma
pizza? – Júnior falou e eu ri.
- Vocês querem mesmo me engordar, né?
(...) Ontem nós ficamos até 4 horas da manhã
acordados zoando. Os meninos foram embora e eu + o bonde que já estava lá em
casa, fomos dormir. Rafaella foi dormir junto com o Júnior pra não ter
conflitos com a Patrícia e eu continuei dormindo com o Felipe. Agora nem ia ter
como dar umas fugidinhas pro quarto do Júnior mais... Tá bom, acordei 11:47 da
manhã com o meu celular apitando mensagem do whatsapp.
- Que porra, quero dormir! – resmunguei e
peguei o celular.
“Patrícia:
Acorda Giovanna!
Giovanna:
Que é?
Patrícia:
Tá doendo muito, vem aqui!
Giovanna:
Porra Patrícia, se você estiver de zoação com a minha cara...”
Levantei da forma em que estava, fui até o
banheiro, lavei o rosto e escovei os dentes. Passei os dedos desgrenhando meu
cabelo e o prendi em um coque, em seguida saí do quarto e fui pro quarto da
Patrícia. Quando cheguei lá ela tava chorando e reclamando de dor.
- O que você tá sentindo, Patrícia? – me apressei
a chegar ao lado dela e perguntei.
- Muita dor. A Laura parece estar fazendo força
pra baixo.
- E já aconteceu algo de estranho? – perguntei passando
a mão pelo seu rosto que estava soado.
- Quando eu fui ao banheiro lavar o rosto
desceu muita água de mim e com um fio de sangue. Eu não sei o que tá
acontecendo!
- VAI NASCER! – falei e levantei correndo, indo
pros quartos da casa acordar todos que ali estavam. Por fim você tá vindo,
Laurinha? Acho que eu vou desmaiar!
[n/a] Oi! Postei rapidão, né? hahahahahaha E esse é o moaior capítulo já postado! Espero que tenham gostado muuuuito e que comentem muito. Já tô escrevendo o próximo capítulo, mas só posto se vocês comentarem bastante, hein? Dei uma corrida com esse capítulo, mas espero que não se importem. No próximo vai ser legal, mas se preparem pra qualquer coisa... eu sou bem malvada quando eu quero! COMENTEM MUITO, TÁ? <3